quarta-feira, outubro 21, 2009

Estranho como o tempo

Estranho este tempo... o meteorologico e o que passa. A correr. Sem nunca parar para perguntar. Se queremos parar. Se queremos uma pausa, um descanso, um bocadinho para respirar sentados numa pedra. E nós arrancamos em projectos, e definimos metas e timings e depois, de repente, já cá estamos, no fim do ano, no fim do semestre, no fim da vida... que essa, um dia qualquer, também chega ao fim. E embarcamos em barcos pequenos, enfeitados com fitas e flores e esperanças, e rumamos a um porto que esperamos conhecer mas que é longe, muito longe. E sem darmo por isso, já lá estamos, nesse porto que afinal não conhecemos mas já ouvimos falar. E nem demos pelo tempo que passou. E afinal que barco é este? E que mar é este? De água, de suor, de desilusões? Vai na volta é só um mar como outro qualquer, grande, sim, mas não infinito. Também ele tem limites, continentes que o cercam, um fundo que não o deixa ir mais para baixo e ilhas e ilhéus que insistem em lhe perfurar a superficie... talvez seja tão humano como nós. É só mais um mar, destes que cruzamos ao longo da vida. E, lá no fundo, escondido, deve ter um ralo, como a banheira cá de casa, e deve viver na angústia de um dia alguém o encontrar e o abrir...
Estranho este tempo... chove mas não faz frio. E parece que amanhã já não chove. Se calhar é por causa do tempo que eu também estou estranho. Hoje.

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