quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Grapheine

Lembrei-me disto um dia destes, já não me lembrava do nome do site, com as trocas de computadores perdi alguns filmes antigos feitos por mim e pelo PTT que eram excelentes, mas lá voltei a encontrar a coisa. Trata-se de um site fabuloso, aliás dois, o "Bombay TV" e o "Classik TV". Se estiverem aborrecidos e sem vos apetecer fazer nada, ou então só mesmo para descontrair um bocado, passem por lá, "façam" o vosso próprio filme e mandem para os amigos... dá para tudo, só é preciso um bocadinho de imaginação.
No Bombay TV fazem-se filmes mais imediatos e mais curtos, é bom para descontrair. O Classik TV já requer um pouco mais de tempo, um maior sentido de coordenação da história, um pouco mais de imaginação... mas tudo é possivel!
Acho que já não vou a tempo dos óscares deste ano, mas em 2011 pelo menos sete vão ser meus...


<a href="http://www.grapheine.com" title=charte graphique logotype>agence communication pub</a>

A Morte saíu à rua...

Hoje fui a um velório. Um senhor que não conhecia pessoalmente, tio da minha mulher, mas daqueles que não são muito próximos... não o conhecia, pronto. Mas o senhor faleceu hoje de manhã e fui com ela ao velório... Ainda por cima é um dia com um significado pesado para a familia dela, uma data que recorda muitos mortos... mortos muito próximos, mortos muito amados, mortos muito novos para serem mortos. E fiquei a pensar na morte e nas formas que cada um tem de lidar com ela. O primeiro funeral a que fui, que me lembre, foi de uma grande Amiga, mulher de um grande Amigo, que morreu de cancro com 27 anos. Eu devia ter uns 24. Depois disso nunca mais morreu ninguém que me fosse assim muito chegado. Até há dois anos atrás. Então, em menos de um ano, faleceu a avó da minha mulher, a minha avó e o avô da minha mulher...
Saí para a rua, há bocado, fui fumar um cigarro no frio, e fiquei a pensar nisso... nas maneiras com que lidamos com a morte. Eu, pessoalmente, acho que temos que honrar os que amamos enquanto os temos connosco, depois, quando eles morrem, fica o amor e ficam as memórias, mas o corpo é apenas isso, um corpo morto. Já não é a pessoa que nos enchia o coração. Talvez por isto eu encare a morte com uma certa... não vou dizer leveza, porque não o é, mas talvez arrisque desprendimento. Talvez por isto os rituais funerários católicos não me digam muito. Ou melhor, dizem, não gosto deles. O velório acima de todos. Acho que serve para mostrar que estamos a sofrer por ter perdido alguém... se calhar é feio dizer isto, mas parece-me uma espécie de mostruário. A familia senta-se ali à volta do morto e os conhecidos e amigos passam por lá a desejar "os sentimentos"... Mas se fosse só isto eu até me calava. Acredito que para algumas pessoas seja realmente um momento para se despedirem de quem morreu, mas para a maior parte das pessoas é um sitio onde se vai para verem que se foi lá, e, ainda por cima, dá para estar um bocado a falar com o pessoal que já não se vê há uns tempos... está lá um morto, mas, depois de dar os sentimentos à familia, já ninguém se lembra dele... Além disso, a própria familia tem que fazer um velório como deve ser... na terra da minha mulher, velório que se preze tem de ser a noite toda! Ponto! Porque senão toda a aldeia vai ficar a falar disso... e então ali fica a familia mais próxima à volta do corpo morto, numa maratona de silêncio ou de conversas avulso sobre tudo e mais alguma coisa para enganar o sono, ou mesmo a passar pelas brasas... porque tem de ser! Eu não consigo perceber como é que isso honra a pessoa que faleceu... Aceito, obviamente, e respeito, que se cumpram estas tradições, apenas não as compreendo. No velório da minha avó estive quase todo o tempo cá fora, à porta da casa mortuária, a conversar com amigos. Se, enquanto a minha avó era viva, nunca passei uma tarde e uma noite sentado em silêncio a olhar para ela, porque é que o faria agora...? Passava muito tempo, isso sim, à conversa com ela, mas aquele corpo já não é "ela"... não é num sitio com velas e um ar pesado que eu me sinto próximo dela... é nas memórias, nas coisas e nos sitios que ela gostava, no que me ensinou, nas pessoas que, como eu, gostavam dela... Acho importante que se relembre quem morre e que as pessoas se juntem para chorarem em conjunto a dor de perder quem se ama... é mais fácil, ou pelo menos mais intenso. Tudo o resto... aceito e respeito, mas não compreendo nem me identifico. Fiz 25 anos três semanas depois da nossa Amiga morrer. Foi das festas de anos mais brutais que já fiz!! Porque foi mais intensa. Porque todos sentiamos a falta dela. Ali, naquela festa. Porque era ali, onde ela gostava de estar, onde tinhamos todos passado momentos inesqueciveis com ela, que nos sentiamos mais próximos dela. Acho que foi a melhor homenagem que lhe podiamos ter feito. Acho que foi a melhor maneira de nos despedirmos dela... em vez de ficarmos em casa, cada um para seu lado num respeitoso silêncio vestido de negro, juntámos os amigos, como sempre, e pintámos a manta como só ela o sabia fazer... rimos e chorámos e, de cima duma cadeira, fizemos um brinde com ela, porque era assim que ela vivia, era assim que nós a conheciamos, era assim que nós a amávamos. E falámos dela, e lembrámo-nos de tantas e tantas coisas que ela dizia e fazia e acontecia, e rimos e chorámos, como sempre tinhamos feito com ela... Porque era ali que ela estava, não numa sala mal iluminada e com pessoas em silêncio numa vila alentejana...

terça-feira, fevereiro 09, 2010

A espera...


Não é a espera do pássaro. Essa é a espera que lhe é inerente, que a natureza lhe destinou. É a espera de quem se alimenta dos restos. Não, não é essa espera que esta imagem me transmite. É a espera da criança. Que, infelizmente, é uma espera desesperançada. É a espera dos pobres, não dos paises, mas das pessoas, que esperam que os ricos, os paises e as pessoas, decidam deixar de ser menos ricos e façam alguma coisa para todos deixarem de ser pobres... É essa espera. A "crise financeira" andou e continua a andar nas bocas do mundo. Mas não do mundo todo. Se calhar nem sequer de metade do mundo. Para os que são pobres, para os que são realmente pobres, não há crise financeira. Nem nunca houve. O que há é a luta diária para sobreviver. Não para viver, para sobreviver. E, na maioria das vezes, perdem.
Somos um mundo um bocado triste, em que uma duzia de senhores eleitos para serem os donos da riqueza, vão lançando umas esmolas aos pobres, em faustosas cimeiras devidamente mediatizadas para polir bem o seu orgulho e mostrar quão preocupados estão com o problema da pobreza. E continuam a gastar o seu dinheiro em guerras por petróleo e por isto e por aquilo, e por todo o lado, pessoas continuam a morrer de fome... a morrer de fome!
Desde a revolução industrial que a humanidade avançou de uma forma brutal e rápida em termos de desenvolvimento, descobrindo e criando coisas que permitiram produzir muito mais e criar muito mais riqueza. Temos internet, eu posso estar a escrever estas palavras num portátil com cinquenta mil funções, alguém as pode ler num laptop enquanto viaja num comboio super rápido a caminho do seu emprego num laboratório que produz medicamentos que curam inúmeras doenças, enquanto come uma barra energética baixa em calorias porque está de dieta... e milhões de pessoas morrem de fome. Gastam nem imagino quanto dinheiro em material de guerra e em guerras... e milhões de pessoas morrem de fome. Temos uma estação espacial, que agora até vai levar uma cúpula panoramica, temos aviões ultrasónicos, temos navios de luxo e carros fantásticos... e milhões de pessoas morrem de fome. Descobrimos a cura de montes de doenças, uma série de vacinas, aprendemos a produzir comida de uma forma brutalmente mais eficiente... e milhões de pessoas morrem de fome...
Que raio de humanidade é que tem lideres destes? Que, apesar de tudo o que têm à disposição, deixam que imagens destas ainda existam... Eu gosto muito deste desenvolvimento todo, "mea culpa" também, obviamente. A responsabilidade é de todos nós, simples mortais trabalhadores, classe média que tem possibilidades de estar a escrever e ler este post, pois apesar de não mandarmos no mundo nem sermos os senhores da riqueza, ajudamos a produzi-la e somos donos de alguma... é óbvio que gostamos do nosso conforto, da nossa vida... eu gosto e sinto-me um felizardo por ter nascido numa familia trabalhadora deste Portugal. Mas não podemos, ninguém pode nem deve, ficar indiferente a imagens destas. Não é admissivel que neste século XXI milhões de pessoas morram de fome por esse mundo fora. Já não estamos na Idade Média, porra!! E, neste caso, ninguém pode pôr as culpas na crise do "sub-prime". A culpa é de todos. Muito mais de uns que de outros, mas de todos.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Gatos

Quando eles ainda faziam humor do bom...

sexta-feira, novembro 27, 2009

(Re)Começar

Nada melhor que partir para uma nova fase da minha vida com um "break" numa cidade que sabe bem o que é recomeçar. Uma cidade que já foi destruida e reconstruida vezes sem conta, já trocou de mãos entre povos outras tantas vezes, já foi católica, ortodoxa, muçulmana... já se chamou Calcedonia, Bizâncio, Constantinopla... Agora chama-se Istambul e é o ponto de confluência entre o Oriente e o Ocidente. Pelo menos geograficamente. E, se calhar, culturalmente também. Do pouco que conheço, é um "melting pot" de culturas e de gentes onde apetece mergulhar. E é precisamente isso que vou fazer. Antes de arrancar com uma nova fase de vida, vou passar uma semana a sentir o pulso a essa fabulosa cidade que é Istambul. Com o meu Amor, vamos perder-nos pelas ruas, pelos mercados e pelos cafés, ouvir o que as gentes e as pedras têm para nos contar, ver o Bósforo a embalar os barcos e as vidas, a unir e a separar dois continentes, dois mundos... e tantos mundos que esse mundo tem e que Istambul terá também, certamente, para descobrir... A ver vamos.

Michael Moore


Depois do que já vimos o Michael Moore fazer, confesso que estou curioso para ver a sua última obra. Desta vez o menino está a mexer com o pessoal do guito, e parece-me que são eles que mandam nesta merda toda... a ver vamos se consegue ser tão corrosivo e acutilante como já nos habituou.

segunda-feira, novembro 23, 2009

(In)Tolerância

É com uma certa incredulidade que vejo a noticia que a Suiça vai mesmo a votos para proibir a construção de minaretes nas mesquitas do país. O Partido Popular Suiço conseguiu as assinaturas necessárias e o assunto vai mesmo a referendo no próximo Domingo... nem tenho palavras para esta proposta... apenas espero que os votantes Suiços mostrem nas urnas que esta é uma proposta inqualificável! Mais ainda num pais que sempre fez questão de se manter neutro e onde 25%, ou mais, da população é estrangeira. Independentemente do resultado, só o facto de ir a referendo já me deixa preocupado. Mas o que é isto? Proibir a construção de minaretes? Porque são um simbolo da intolerância islamica? Estes senhores querem, portanto, falar de tolerância...Não tenho palavras. Parece uma anedota. Ou não, infelizmente. E a seguir, o que é que virá? O galo de Barcelos que se acautele, estes senhores ainda acham que é uma representação do demo que os tugas por lá andam a espalhar e promovem a sua destruição em massa...

sexta-feira, novembro 20, 2009

Realidade


Quando, cada vez mais, toda a gente clama pelos seus próprios direitos, não convem esquecer que eles não têm voz para isso...

Saudades

Fez no Domingo um ano que o mundo ficou muito mais pobre. Pelo menos o meu mundo. Perdi, perdemos, de repente, uma das mulheres mais marcantes que já conheci. E pela qual tinha, tenho, um Amor e uma admiração enormes. Uma mulher que há 40 anos vestia de preto e mal saía de casa. Religiosamente, saía ao Domingo de manhã para ir à missa e depois para ir ao cemitério. Sempre me comoveu a forma como, mal lá chegava, ía beijar a foto do marido com as lágrimas a escorrer pela cara... 40 anos depois de o ter perdido, amava-o como no dia em que se casou. Nos 34 anos que tive o previlégio de a conhecer, foi isso que mais me marcou, a sua gigantesca capacidade de Amar. Dedicou a sua vida a amar a familia. Foi mãe, avó, tia, prima, irmã... dos seus e dos que, não sendo seus, passaram a ser, pelo amor e pela dedicação que lhes tinha. A única coisa que a ouvi pedir a Deus para si própria, foi que, quando morresse, que fosse repente, para não dar trabalho nem preocupações a ninguém. De resto, pedia a Deus por todos. Sofria com o sofrimento dos outros, alegrava-se com as nossas alegrias... estava sempre lá, discreta, no seu cantinho, a chorar de felicidade por nos ver felizes, a chorar de tristeza por nos ver tristes, a rezar por nos ver preocupados... Criou não sei quantas gerações da minha familia, de amigos meus, de amigos dos meus pais... mais do que tudo, as crianças eram a sua maior alegria...
Fez no Domingo um ano que esta velhota encheu uma igreja, encheu uma estrada de gente, encosta acima, para se despedir dela uma última vez. Gente triste, de lágrimas nos olhos por a ver partir, mas felizes por termos tido a sorte de a conhecer. Velhos, menos velhos, jovens, adolescentes, crianças, no meio da dor de a perder, notava-se em todos uma especie de felicidade, de serenidade, porque era de uma grande mulher que nos estávamos a despedir, e a todos, de uma forma ou de outra, ela tocou. Mais do que para dizer adeus, juntou-se uma multidão para dizer Obrigado! Deus acedeu ao seu pedido. Morreu de repente, sem sofrer, sem dar trabalho a ninguém, sem entrar em decadencia... A última imagem que tenho dela é de duas semanas antes, a rir e a chorar ao mesmo tempo e a rabujar "mas para que é que é isto, havia alguma precisão de fazer isto...", atrás do seu bolo de aniversário, a apagar as velas antes de nós acabarmos de cantar... Acredito que, com todas as dificuldades que teve na vida, foi feliz. Teve uma vida que valeu a pena. E, como ouvi alguém dizer, de certeza que todas as crianças do céu estavam à espera dela para a receber... e eu acrescento que o meu avô também.
Fez no Domingo um ano que eu fiquei mais pobre. Perdi uma das grandes referencias da minha vida. Fica a saudade, as memórias e as recordações, o Amor que ela me tinha, nos tinha, porque esse só há-de morrer quando o último de nós morrer... e fica aquele sorriso meio envergonhado, emoldurado pelas rugas de uma face marcada por uma vida a sofrer pelos outros... Um grande beijo e um Muito Obrigado, Avó!

quarta-feira, novembro 18, 2009

Parabéns Calvin & Hobbes



Pois é, um dos meus heróis favoritos faz hoje 24 anos. Apesar de manter sempre os mesmos 6 anos, o Calvin faz hoje 24 anos. Foi em 18 de Novembro de 1985 que a primeira tira de Calvin & Hobbes foi publicada. Parabéns!
O Calvin e o seu inseparável amigo Hobbes são as minhas personagens de BD favoritas. Tanto assim que as minhas cadelas chamam-se Calvin e Susie e a minha gata, Hobbes. A cadela mais nova não se chama Miss Wormwood porque já era um nome mais complicado para a chamar... e a minha mulher não deixou.
O Calvin é aquele miúdo que tem uma visão do mundo que eu gostava de ter até morrer de velho, tem um sentido de humor corrosivo, tem uma inocência e uma matreirice que todos tinhamos quando erámos crianças mas que, ao longo dos anos, vamos perdendo... acima de tudo, nutre uma amizade enorme pelo seu grande Amigo. Sabe o que é ter um Amigo. Sabe ser Amigo. E isso é o mais importante daquelas tiras. A Amizade brutal entre aquele puto e o seu tigre de peluche. Que não é um tigre de peluche, para mim, o Hobbes é mesmo um tigre a sério. Pelo menos é um Amigo a sério!
Parabéns Calvin! Parabéns Hobbes!

quarta-feira, novembro 11, 2009

Sentido de Humor

Ontem estive a ler a entrevista do António Vitorino à "Única" e a frase dele "não confio em pessoas que não são capazes de se rir de si próprias" fez-me um "tlint". Não é tanto a questão de confiar ou não confiar, não sei se confio ou não em pessoas assim, trata-se acima de tudo de gostar... não gosto de pessoas que não se sabem rir de si próprias. Acho que o sentido de humor é das coisas mais importantes que temos, permite-nos não enlouquecer no dia-a-dia Mas o sentido de humor, a capacidade de rir com situações que, á primeira vista, até nem têm muita graça, tem de começar por nós próprios, senão, em vez de sentido de humor é estupidez. Gosto de rir. Acho que faz bem, é terapeutico. É o melhor anti-depressivo que existe. E antes de mais, rio-me de mim. Das situações em que me meto, das figuras de parvo que faço, das ideias estupidas que tenho. E depois rio-me com os meus amigos. Das situações em que eles se metem, das figuras de parvo que fazem, das ideias estupidas que têm. Já há muitos anos que, naquele grupo de Amigos a sério, nos tratamos uns aos outros por "palhaços". Somos os Palhaços! Rimo-nos de nós próprios, gozamos connosco e, de cada vez que estamos juntos, é uma terapia. Do riso, claro está, mas não só, porque nem só de riso vive o Homem. Vive também de coisas sérias. E as coisas sérias devem ser levadas a sério. Devem ser tratadas de forma séria. Mas devem ser vividas com humor.

Rir de nós próprios, gozar connosco, ver a vida pelo lado divertido, rir para não chorar... não é solução para montes de coisas, se calhar para quase nada, mas ajuda muito a viver melhor. Tal como o Brian, always look on the bright side of life...

Some things in life are bad
They can really make you mad
Other things just make you swear and curse
When you're chewing on life's gristle
Don't grumble, give a whistle
And this'll help things turn out for the best
And...

...always look on the bright side of life
{whistle}
Always look on the light side of life
{whistle}

If life seems jolly rotten
There's something you've forgotten
And that's to laugh and smile and dance and sing
When you're feeling in the dumps
Don't be silly chumps
Just purse your lips and whistle - that's the thing

And... always look on the bright side of life
{whistle}
Come on
Always look on the bright side of life
{whistle}

For life is quite absurd
And death's the final word
You must always face the curtain with a bow
Forget about your sin - give the audience a grin
Enjoy it - it's your last chance anyhow

So always look on the bright side of death
Just before you draw your terminal breath
Life's a piece of shit
When you look at it
Life's a laugh and death's a joke, it's true
You'll see it's all a show
Keep 'em laughing as you go
Just remember that the last laugh is on you

And always look on the bright side of life
{whistle}
Always look on the right side of life
{whistle}

Come on guys, cheer up

Always look on the bright side of life...

Always look on the bright side of life...

Worse things happen at sea, you know

Always look on the bright side of life...

I mean - what have you got to lose?
You know, you come from nothing
- you're going back to nothing
What have you lost? Nothing!

Always look on the bright side of life

sexta-feira, novembro 06, 2009

Voltei a escrever

Eu adoro ler. E adoro escrever. mas já não escrevia há muito tempo. O meu livro, começado há imenso tempo, estava mais que parado. Parado porque eu não escrevia, parado porque estava num beco sem saída. Eu tinho toda a história na cabeça, só faltava acabar de a pôr cá fora. Mas essa história, esse livro, já não me fazia muito sentido. Por isso reinventei a história. Ainda não sei como vai acabar, mas já está a correr... aqui fica, só para abrir o apetite (ou não), o principio do livro.


Sorriu-me e, com toda a calma do mundo, como se quisesse guardar para sempre aquele momento, disse-me, entre um círculo de fumo e um gole de vinho:
- Quando conseguirmos realizar todos os nossos sonhos estaremos condenados à infelicidade ou à solidão…
Olhei-a, um pouco confuso. Não sabia se era do álcool, se da afirmação dela, mas aquela cena estava a parecer-me um bocado parva.
- Porquê?
- Imagina que o teu sonho era viver comigo numa cabana frente ao mar…
- Mas achas que eu queria alguma vez viver contigo??!!
- não interessa, imagina que era esse o teu sonho. Agora imagina que todos os nossos sonhos se realizavam… eu detesto o mar e ia ser infeliz junto ao mar… logo, tu ias ser infeliz também, porque eu estava infeliz…
- não percebi…
encolheu os ombros e riu, como que a dizer “nem eu percebi…”. Gostava de a ver rir. Tinha um riso largo, que a deixava ainda mais bonita, com duas covinhas na cara.
- vê lá se percebes o que eu quero dizer… - fez uma cara engraçada enquanto tentava perceber o que me queria explicar – o que eu quero dizer é que temos de ter cuidado com o que sonhamos, porque podemos arriscar a que o sonho se concretize… - fez uma pausa.
- e…???
- e então, pode não ser o que estávamos á espera!
- Mas pode ser..!!?
- E achas que vale o risco?
- Então não vale, é um sonho nosso…!!!
- Mas o problema é que nós só sonhamos o principio das coisas…
- hã? – já não era ela, era o álcool.
- Sim! – deve ter começado a perceber a ideia que me estava a vender e começou a entusiasmar-se – volta a imaginar que estavas apaixonado por mim e que o teu grande sonho era viver comigo numa cabana em frente ao mar…
- Ok, já estou a imaginar…
- E então?
- Então o quê?
- Como é que é?
- Como é que é o quê?
- Estamos os dois a viver numa cabana em frente ao mar, e depois?
- Então e depois nada! Estamos os dois muito felizes a viver numa cabana em frente ao mar…
- Pronto, aí está o problema! O teu sonho acaba quando começa a realidade. Acaba quando estamos os dois a chegar á nossa cabana nova em frente ao mar… e depois? No dia seguinte? E na semana seguinte? E daí a um ano? Éramos infelizes porque tu realizaste o teu sonho…
- ????
- Sim. Eu detesto praia, não gosto do mar, a areia irrita-me… e vivíamos de quê?
- Eu trabalho, tu trabalhas…
- Fazíamos uma hora e meia de caminho para cada lado para ir trabalhar… chegávamos a casa de rastos e sem paciência para nada… no inverno a barraca metia água por todos os lados…
- Cabana!
- Pronto, cabana. No verão fazia um calor que não se podia dormir… e os putos?
- Quais putos?
- Os nossos putos!
- O que é que têm?
- Como é que era a vida deles? Faziam castelos na areia, corriam atrás das gaivotas e apanhavam berbigão para se entreterem? Ou a barraca, cabana, tinha eletricidade?
- O quê?? Mas está a falar de quê?
- Dos nossos sonhos! Acabam quando começa a realidade! Nós idealizamos uma coisa, uma vida, alguém e vivemos em função de conseguir isso, mas não sonhamos para além disso…
- Mas isso é a vida…
- Repara que as histórias dos príncipes e das princesas acabam quando eles ficam juntos…
- Sim, ficam juntos e foram felizes para sempre!
- Foram o caraças!
- Mas como é que sabes que não foram?
- Olha lá, o príncipe encantado conhecia a bela adormecida de algum lado? Sabia se ela era ciumenta, se era chata, se tinha ideias parvas, se gostava de dançar, se queria ter filhos… não sabia nada dela! Sabia que era gira e queria aviá-la…
- Queria aviá-la? Se calhar queria, mas era mais do que isso, queria casar com ela. Por isso é que teve aquele trabalho todo para a encontrar…
- Ora aí está! – os copos estavam a fazer efeito. Já se julgava o melhor condutor do mundo – o sonho do príncipe era casar com a princesa que estava presa na torre,
- Com a bela adormecida!
- Uma gaja dessas, pronto. O sonho dele era ir salvar a miúda e casar com ela… então e depois? Passado um ano a gaja tinha-lhe derretido o dinheiro todo em jóias e roupa, andava enrolada com o melhor amigo dele, não a podia levar a lado nenhum que a gaja não mandava uma p’rá caixa…
- Mas como é que sabes?
- Não sei, mas ele também não! Por isso, como é que o sonho dele pode ser casar com ela?
- Porque está apaixonado por ela!?
- Ok, e então?
- Então o quê?
- Estão muito apaixonados um pelo outro, por isso casam e pronto, está o sonho concretizado… e depois?
- Então ignoramos os sonhos? Estou apaixonado por ti, nem durmo a pensar em ti, ando parvo porque só sonho estar contigo, tu, por acaso, também me achas engraçado e também gostas de mim, mas, como isto pode não correr bem, o melhor é estarmos sossegados cada um no seu canto… bem, se tu mandasses no mundo pelo menos não havia problemas de super população…
- Não, parvo!! O que eu quero dizer é que… o que eu quero dizer é que não podemos achar que…
- Que a vida é só rir e comer bolachas!
- Exactamente! Nós idealizamos certas coisas, achamos que quando conseguirmos isto ou aquilo, ou se conseguirmos isto ou aquilo, aí sim, a nossa vida vai ser uma maravilha e vamos ser felizes… mas não pensamos que quando lá chegarmos começam outros problemas…
- Mas isso é a vida, minha querida!
- Está bem, mas o que eu quero dizer… - já estava a ficar cada vez mais confusa – olha o que eu quero dizer é que tenho o copo vazio!!
- E o teu sonho é tê-lo cheio…? Mas sabes que, se eu o encher, tu vais bebê-lo e amanhã estás de ressaca… não podes sonhar só em ter o copo cheio. Se concretizares esse sonho as coisas a seguir podem correr mal…
- Vai-te foder e dá-me vinho!
A conversa continuou, ao mesmo ritmo da garrafa de tinto, sobre isto e sobre aquilo, mas acima de tudo sobre nada. Falávamos da vida. Das nossas vidas. De estarmos ali os dois, sentados em almofadas no chão da minha sala, das vidas que tínhamos antes um do outro, das que queríamos ter tido, das vidas que nunca iríamos ter… e de sonhos e esperanças que se foram perdendo e ganhando. E dos amigos. E dos sonhos e das esperanças dos amigos. E de coisas parvas. Abrimos mais uma garrafa e voltámos à carga das palavras. Se fosse um filme, a câmara ia andar pela sala de forma intimista, ia focar aquele golem que tinhamos trazido de Praga, voltava a um grande plano da cara dela, a mostrar a beleza lenta que ela tinha, afastava-se e mostrava um plano panorâmico da divisão onde estávamos, focava, de longe, um livro qualquer…ia haver uma atmosfera enfumarada, não em demasia, apenas as volúpias do fumo dos nossos cigarros a subir para o tecto, a dar aquela ar azulado à cena, com luzes baixas e ao fundo, entre as palavras, as minhas palavras e as dela, íamos ouvir, baixinho, um chill out qualquer…

segunda-feira, outubro 26, 2009

Gastronomia

Como alguns amigos meus sabem, se há festival que eu gosto, e gosto de muitos, é o Festival de Gastronomia de Santarém. O facto de ser Scalabitano ajuda, claro, mas o que eu gosto mesmo no dito festival é a honestidade da coisa. É um festival de gastronomia!! Ponto. Vamos lá para comer e beber! É claro que esta honestidade não é exclusiva, também a têm certames como as Tasquinhas de Rio Maior, o Festival de Sopas do Gradil (este mais soft) e outros que, felizmente, vão acontecendo por todo o país. Aqui não há tangas! Não é do género "eu gosto muito da Feira da Agricultura, porque me interesso pelas actividades rurais...", ou "nunca falho o Santo António porque gosto muito das marchas populares...", ou ainda "as Festas de Nossa senhora da Boa Viagem são lindissimas pela procissão no mar..." ou mesmo "vou ao Avante porque sou um comunista convicto...". Deixemo-nos de tretas, o que o pessoal gosta nisto é dos copos e dos morfes! Por isso, na Gastronomia é limpinho: vamos lá, única e exclusivamente, para comer e para beber. Não há cá artesanato, tractores, cavalos, ideologias, concertos, congressos... há comidinha da boa e pinga para acompanhar. E há, claro, o que dá razão a isto tudo, os amigos a comer e a beber connosco. Sem nenhum concerto ou actividade em fundo que prejudique a conversa ou nos distraia do essencial que é cultivar a amizade entre um copo de tinto, uma morcela, um torresmozito, uma garfada de favas ou uma poncha. Viva a Gastronomia!
O reverso desta medalha é o preço da coisa. Não só o preço financeiro, porque, em abono da verdade, a Gastronomia não é propriamente um sitio barato, mas enfim, é só uma vez por ano, como também o preço corporal pago no dia seguinte.
No Sábado passado já abrimos as hostilidades. Correu bem. Foi giro. Foi divertido. Encontrámos o André. Ontem ía morrendo de ressaca. Não fosse o Guronsan, alto patrocinador destes eventos e melhor amigo do Homem nestas alturas, e teria sido bem pior... Mas Sábado lá estaremos de novo para uma segunda rodada. E desta vez talvez consigamos apanhar os carrinhos de choque ainda a funcionar. Sim, porque já é uma espécie de tradição a voltinha nos carrinhas de choque após a expulsão da Casa do Campino. Não parece uma ideia muito saudável, realmente não é, mas é bem divertido!!!

sexta-feira, outubro 23, 2009

5-0

Assim vale a pena ver o Benfica a jogar! Este ano correm atrás da bola e, parece-me que esta é a grande diferença, têm vontade de ganhar. Esfalfam-se em campo. E não ficam à retranca assim que conseguem marcar um golo, nem à espera que o primeiro golo apareça por intervenção divina(excepto em Atenas, onde parecia o Benfica do ano passado). Parece que a cada golo que marcam, ainda falta um para ganhar. Esperemos que assim continue até ao final da época. Se continuar, pode ser que se ganhe umas coisas. Se não continuar, que se lixe, eles ganham o mesmo e eu também...

quinta-feira, outubro 22, 2009

Francisca


Eles dão trabalho. Sujam tudo. Estragam tudo. São uma prisão. São chatos. Comem que nem uns desalmados.Têm mau feitio. São ciumentos. São egoistas uns com os outros. São barulhentos. Portam-se mal. Largam pêlo por todo o lado. Deitam-se sempre no meio do caminho. Enchem-se de lama a carrapatos. Fazem buracos nos canteiros. Destroem as flores. Roem os moveis. Fazem necessidades onde não devem. Brigam uns com os outros. Ladram ao carteiro. Ladram a quem quer que passe na rua. Descobrem sempre alguma maneira de fazer asneira.
Mas a alegria sincera de nos ver quando chegamos a casa, a dedicação que nos têm, o carinho e a esperteza, ás vezes saloia, que demonstram... compensa isso tudo! Eles não são nossos, são da familia! A Francisca tem 3 meses. Deviamos dá-la a quem tratasse bem dela, mas... onde comem dois, comem três, não é?

quarta-feira, outubro 21, 2009

Buzludja

Há sitios onde a História se nos cola à pele e quase nos sufoca. Há sitios onde a História ainda não foi escrita, onde estamos na História... Buzludja é um desses sitios. Não é um monumento, não é um museu... é simplesmente Buzludja. Uma ruína, uma memória, o paradigma da queda de um império, do abandono de um império. Restos de glória no topo da montanha ou uma ferida que ainda sangra no meio de um país... Um monstro de betão, um devaneio de poder, um guerreiro moribundo deixado a morrer no campo de batalha... uma memória! Fechada a sete chaves por quem não a quer lembrar, mais viva ainda por a tentarem esquecer...
Não se pode pôr em foto a sensação avassaladora que Buzludja transmite... ainda bem! Há coisas que têm que ser feitas, ver não chega.





Estranho como o tempo

Estranho este tempo... o meteorologico e o que passa. A correr. Sem nunca parar para perguntar. Se queremos parar. Se queremos uma pausa, um descanso, um bocadinho para respirar sentados numa pedra. E nós arrancamos em projectos, e definimos metas e timings e depois, de repente, já cá estamos, no fim do ano, no fim do semestre, no fim da vida... que essa, um dia qualquer, também chega ao fim. E embarcamos em barcos pequenos, enfeitados com fitas e flores e esperanças, e rumamos a um porto que esperamos conhecer mas que é longe, muito longe. E sem darmo por isso, já lá estamos, nesse porto que afinal não conhecemos mas já ouvimos falar. E nem demos pelo tempo que passou. E afinal que barco é este? E que mar é este? De água, de suor, de desilusões? Vai na volta é só um mar como outro qualquer, grande, sim, mas não infinito. Também ele tem limites, continentes que o cercam, um fundo que não o deixa ir mais para baixo e ilhas e ilhéus que insistem em lhe perfurar a superficie... talvez seja tão humano como nós. É só mais um mar, destes que cruzamos ao longo da vida. E, lá no fundo, escondido, deve ter um ralo, como a banheira cá de casa, e deve viver na angústia de um dia alguém o encontrar e o abrir...
Estranho este tempo... chove mas não faz frio. E parece que amanhã já não chove. Se calhar é por causa do tempo que eu também estou estranho. Hoje.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Partida, lagarta, fugida!!

Inspirado pela minha querida amiga Sónia, resolvi voltar à Blogosfera. Depois do desastre, leia-se abandono por falta de tempo, do meu já falecido blog, paz à sua binária alma, apenas ia lendo um blog ou outro... mas agora decidi voltar a mandar para aqui ideias e palavras avulso.
Se há coisa que gosto é de ler e de escrever... e de falar, horas a fio, com as pessoas de quem gosto. Aqui vou fazer um bocadinho disso tudo. Mas, como se diz no título, não tenham muitas expectativas... eu tenho ideias muito parvas ou muito chatas, e algumas opiniões idiotas, também. E, como a minha vida não é bem esta, a periodicidade há-de ser vergonhosa.

Aguentem-se ou mudem de canal!!